6.5.11

VEM PARA O BALAIO VOCÊ TAMBÉM!

Na noite de hoje Tuparetama terá mais um encontro de artistas da cidade e da região do Pajeú, o evento denominado Balaio Cultural. Esse tipo de sarau não é exclusivo de Tuparetama nem é novidade, outros encontros semelhantes já acontecem há mais tempo, com outros nomes, em cidades como Afogados da Ingazeira (Quintal Cultural) e São José do Egito (Quintal da Poesia). O de São José do Egito privilegia como o próprio nome diz, a poesia popular e o repente, com a participação de nomes relevantes e duplas famosas dessa arte. O de Afogados da Ingazeira abrange, além da poesia, outras linguagens culturais como o teatro, a dança, a literatura e a música. É com esse evento que se assemelha o Balaio de Tuparetama.

A cada edição esses eventos vem se firmando como alternativa ao marasmo e ao isolamento cultural da região. Aos poucos, através dessas verdadeiras confraternizações acessíveis a todos, democráticas e sem finalidade de lucro, está se consolidando uma pequena revolução: quebram-se as muitas barreiras existentes entre os próprios artistas da região e até mesmo nas cidades onde vivem. 

Também servem para desmentir aquelas tão usadas ladainhas de que “o povo não gosta de cultura” e que "santo de casa não obra milagre” muito utilizadas para justificar os gastos dos parcos recursos públicos com bandas de “forró de plástico” nos eventos festivos, em detrimento dos valores musicais locais que, quando contratados, recebem em torno de 60% a menos que o cachê das ditas bandas de “forró de plástico“. 

Importante ressaltar também o valor do Balaio Cultural e congêneres para revelar e divulgar artistas “escondidos” no anonimato.

Há quatro edições o Balaio Cultural vem acontecendo sempre numa sexta-feira de cada mês. Lido o que está escrito nos parágrafos acima, mesmo aquela pessoa que não teve oportunidade de presenciar uma dessas noites de festa e talentos, concordará o quanto é importante e necessária a iniciativa do Balaio. Se essa pessoa também conhece a carência de espaços públicos e de oferta de lazer de qualidade na região, entenderá em maior grau tal importância e tal necessidade. E se surpreenderá, como eu vivo surpreso, por existirem entre nós pessoas que tentam boicotar e até mesmo inviabilizar o Balaio. Surpresa maior: algumas dessas pessoas são artistas.

Quais tipos de sentimentos alimentarão os boicotes dessas pessoas contra o Balaio? Sentem-se acima e melhores do que os outros artistas que participam do Balaio? Necessidade de bajulação? Orgulho vão de poder ou liderança? Ódio à cidade? Não querer o crescimento e fortalecimento da organização cultural local?

Há muito tempo que se tenta implantar em Tuparetama essa idéia do Balaio Cultural. Finalmente ela conseguiu sair do campo das idéias e começa a tomar pé, firme e forte apesar dos tropeços (tantas pedras no caminho...). Seria injusto não citar aqui o nome do multiartistista Fernando Marques, pois sempre há um que abraça o arado e segue na frente, abrindo os sulcos na terra seca. A ele juntaram-se os outros bois de canga, grandes na força e na vontade de fazer mais pela cultura e pelas artes de Tuparetama, são esses e essas que formam a equipe organizadora do Balaio, sempre aberta a novos integrantes: Pedro Tunu, Fifita, Cristina Pereira, Jaqueline Nogueira e Mariana Teles (ela é a "cara" e "identidade" do Balaio: jovem, enérgica, bela, carismática, inteligente e articulada). Estou entre eles, mas minha contribuição é muito pequena, embora não dispensável. Assim como eu, muitos podem colaborar mesmo de modo limitado, seja contribuindo financeiramente para cobrir as despesas do evento, seja com seu trabalho voluntário, com a mão na massa, para fortalecer o grupo que está buscando a promoção de cultura como um todo e não de si próprio como artista individual.

Quisera eu que todos e todas que ainda não acordaram para o valor e a beleza do Balaio Cultural pudessem abrir seus olhos e seu espírito para entender que o evento é como coração de mãe, onde sempre cabe mais um e de onde quanto mais se tira e se dá, mas se tem pra compartilhar.

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Notas: 1) O Balaio Cultural tem o patrocínio fixo da Prefeitura Municipal através da sua Secretaria de Cultura, que viabiliza o equipamento de som e a divulgação do evento, além da ajuda de custo para transporte de alguns artistas convidados.  2) As reuniões de planejamento e produção do Balaio acontecem nas segundas-feiras, às 20:00h na Casa da Cultura. Tod@s que desejam participar da equipe, dar sugestões e colaborar com os trabalhos, são bom-vind@s. 
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